Eu nem vejo a hora de chegar 2010. Estou muito animado para assistir a 30 minutos de horário político todos os dias, engolir as propagandas, os jingles – Ah! Os jingles! Eu os amo, definitivamente! – o marketing político agressivo, disfarçado, ameaçador, intimidador... Estou empolgadíssimo!
Como um “simples” ano novo pode ser tão desejado?
Confesso de que adoro ver o circo pegar fogo e, desde já, tenho visto um picadeiro jorrando faíscas e palhaços em prontidão atrás da pinga do Lula para fazer uma grande explosão. Deixemos o fogo queimar! Enquanto isso, nós assistimos e assistiremos a tudo, em cima do muro, porque meus heróis, vocês já sabem: morreram de overdose.
Preparem-se! 2010 será um ano novo cheio de velhas novidades velhas:
José Serra – mais conhecido por Zé Twitter, “Deus ajuda quem trabalha na
Madruga”.
Ciro Gomes – que não sabe se dá aos pobres ou se empresta a Deus;
Geraldo Alckmin – nosso eterno governador. Ah! Foi prefeito de
Pindamonhangaba, também;
Antônio Palocci – o injustiçado absolvido. Até tu, Brutus? Estou torcendo para
que ele ganhe alguma eleição majoritária ou venha fazer
parte de algum ministério da Roussef – se ela passar para o
segundo turno, claro. Outra confissão: torci para o Maluf, –
um exemplo de político-nato – agora, vou torcer para o
Toninho Palocci.
Ah! Não poderia esquecer-me da Dilminha, a pupila do senhor reitor. É tão mais simpático chamá-la no diminutivo, vocês não acham? Ela fica mais carismática. Não duvido nada se a campanha não aderir a ideia do Dilminha13 – vejo até o jingle à la Mendonça: Di-di-di-di...di-di-di-di...Dilminha é treze! (bis). Funcionou com o Kassab, por que não com a Roussef? Lembram-se do Kassabinho? Conquistou a criançada, marmanjos indecisos entre vermelho e azul e aqueles sensíveis a picolé de chuchu.
Mais uma eleição passou e outra já está batendo na porta. Mais especificamente, batendo na nossa cara, para que a mostremos – pintada ou não –, o que, de fato, queremos. Sei que nós, jovens eleitores, estamos muito ocupados, diariamente, com diversas atividades que nos tomam, praticamente, o tempo todo, como por exemplo: administrar duas ou mais contas em redes sociais – é muito difícil manter Facebook, Orkut, Twitter, ao mesmo tempo. Uma loucura! – retocar fotos no photoshop; assistir a realities shows; ouvir NX Zero; fazer compras; mascar chiclete de boca aberta; curtir as baladinhas da Vila Olímpia, Augusta etc. Mas sempre há tempo, também, para dar uma passadinha no circo e vaiar um palhaço que não desempenha o seu papel corretamente e se atentar para que, a próxima turnê Mambembe, tenha palhaços mais competentes, merecedores dos nossos aplausos.
Mais uma confissão: sinto falta de uma classe artística mais pensante e instigadora. Gostaria de ter artistas atuais, “modernosos” com a mesma postura do Titãs, Biquíni Cavadão, Engenheiros do Havaí, Elis Regina, Cazuza...para que assim, muito mais músicas, como a que indico abaixo, sejam lançadas.
Zé Ninguém – Biquíni Cavadão
Quem foi que disse que amar é sofrer?
Quem foi que disse que Deus é brasileiro,
Que existe ordem e progresso,
Enquanto a zona corre solta no congresso?
Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha?
Que se eu não for um bom menino, Deus vai castigar!
Os dias passam lentos
Aos meses seguem os aumentos
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes
Quem foi que disse que os homens nascem iguais?
Quem foi que disse que dinheiro não traz felicidade Se tudo aqui acaba em samba?
(no país da corda bamba, querem me derrubar!!)
Quem foi que disse que os homens não podem chorar?
Quem foi que disse que a vida começa aos quarenta?
A minha acabou faz tempo, agora entendo por que ....
Cada dia eu levo um tiro
Que sai pela culatra
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes
Os dias passam lentos
Os dias passam lentos
Cada dia eu levo um tiro
Cada dia eu levo um tiro
Eu não sou ministro, eu não sou magnata
Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo, as leis são diferentes...
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